Alvaro José

A reverência ao ídolo Oscar na NBA

O reconhecimento a um atleta excepcional e a um grande brasileiro. Assim pode ser definida a homenagem a Oscar pelo Brooklyn Nets da NBA. A camisa 14 com o nome Schmidt nas costas colocou o brasileiro mais de 30 anos depois na maior Liga de Basquete do Mundo.

Oscar foi escolhido no maior draft da história da NBA em 1984. Teve como participantes além do “mão santa”, Michael Jordan, Hakeem Olajuwon, Charles Barkley e John Stockton. Uma verdadeira constelação.

Foi escolhido pelo então NY Nets, mas nunca vestiu a camisa do time, algo que não pode fazer por sua paixão pelo Brasil. Na época jogadores da NBA não podiam defender seleções nacionais em competições da FIBA. Ironia maior do esporte e da vida, graças a Oscar e à seleção brasileira que disputou o Pan de 87 em Indianápolis esse jogo mudou: a derrota na final para o Brasil fez com que os americanos nunca mais quisessem correr riscos. A partir dali todas as moções foram feitas para que atletas profissionais da NBA pudessem jogar Jogos Pan-americanos, Campeonatos Mundiais e, principalmente, disputar os Jogos Olímpicos. Numa licença poética é possível dizer que Oscar não pode jogar na NBA, mas fez com que os atletas dela NBA pudessem conquistar o mundo.

Em momentos difíceis da vida das pessoas e das nações são sempre os patriotas verdadeiros que dão um passo à frente. No esporte foi isso o que Oscar fez. Depois, com todos os méritos, entrou para o Hall da Fama do Basquete como um dos maiores de todos os tempos e também possui o recorde de cestas em Jogos Olímpicos.

Esta semana vai participar do Jogo das Celebridades que faz parte do “All Star Weekend” da NBA. Fominha e perfeccionista como é podemos esperar boas cestas do “queixada”. Sua esposa Cristina deve ter assumido na preparação sua tradicional e exclusiva função de passadora de bolas para o treino de arremessos do Oscar.

Num momento onde a gestão do basquete brasileiro é um caso de polícia, o patriotismo de Oscar com o esporte é uma luz que deveria iluminar algumas cabeças.

Seria uma grande cesta…

Estou em férias a partir dessa coluna. Voltamos daqui a quinze dias. Abraços a todos!

Redação Esporte

Um dos maiores especialistas em esportes olímpicos, narrador e comentarista esportivo.

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Álvaro José

De Moscou em 1980 à Londres em 2012. Álvaro José, que já cobriu nove olimpíadas, volta à Band para integrar a equipe da emissora no Rio 2016. Professor de história, Álvaro é reconhecido por seu profundo conhecimento dos jogos e pela memória certeira que aparece durante as transmissões em forma de dados, nomes e marcas de recordes.

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