Alvaro José

Recall Olímpico Rio 2016

Medalhas paralímpicas do Rio 2016 – Peter Nicholls/Reuters

Não é incomum vermos nos jornais e na televisão chamadas ao consumidor que comprou determinado produto, a fim de comparecer ao revendedor ou concessionária para uma revisão sem custo? Troca de algum componente defeituoso ou até do próprio bem adquirido. É o famigerado recall que pode ser para carro, televisão computador, celular e por aí vai.

Problemas que vão desde não apertar um parafuso corretamente ao equipamento defeituoso que pode causar acidente com vitimas – são dezenas, centenas de razões que levam coisas ao recall. Já vimos muitos, mas, recordistas que somos, agora temos o recall olímpico.

Pouco depois dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio em 2016, o amigo e brilhante jornalista Eduardo Ohata fez a denúncia. As medalhas da olimpíada realizada no Brasil estavam descascando. A pronta resposta do já finado Comitê Organizador dos Jogos foi que isso se devia ao “mau uso” das medalhas e excessos cometidos com o objeto maior da conquista de um atleta em sua carreira. Colocar três no pescoço não pode! Que maravilha. Pelo menos não apareceu ninguém dizendo que isso poderia ser pelas poses para fotos onde os medalhistas dão “mordidas”. Afinal o vilão Jaws dos filmes de James Bond não participou dos Jogos. Ele, provavelmente, poderia fazer um estrago nelas na hora da foto…

Lembro-me de mais de uma vez ter em mãos as medalhas do grande bicampeão olímpico Adhemar Ferreira da Silva. Elas tinham marcas do tempo, como tudo e todos têm, mas estavam em excelente estado não aparentando a idade. Vale lembrar que Adhemar fazia uma série de eventos esportivos e sempre estava com as medalhas no peito que se atritavam fazendo um som que devia lhe encher de alegria todas as vezes.

Já medalhas da Rio 2016 tiveram exemplares que descascaram como um bronzeado mal planejado e sem protetor. Mais de 5% das unidades distribuídas nas premiações entraram no recall. Alguns vencedores disseram não ter interesse na “reforma”, pois queriam seus troféus com as marcas de luta da conquista. Para nós todos fica a imagem “descascada” do legado…

Redação Esporte

Um dos maiores especialistas em esportes olímpicos, narrador e comentarista esportivo.

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Álvaro José

De Moscou em 1980 à Londres em 2012. Álvaro José, que já cobriu nove olimpíadas, volta à Band para integrar a equipe da emissora no Rio 2016. Professor de história, Álvaro é reconhecido por seu profundo conhecimento dos jogos e pela memória certeira que aparece durante as transmissões em forma de dados, nomes e marcas de recordes.

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