Alvaro José

Rio, 5 de agosto

Maracanã. Abertura dos Jogos Olímpicos de 2016. Ana Paula Padrão, Ricardo Boechat e eu fizemos pela Band a apresentação da abertura que impressionou o mundo. A criatividade, a simplicidade, o humor brasileiro e o sucesso. Que sucesso!

O mundo trombeteou a maior passarela do mundo ocupada pela maior e mais importante top model do planeta. Santos Dumont voou sobre um Rio de sonhos e o mundo todos viajou no 14 bis. O Brasil era o máximo.

Um ano depois estou na Dutra a caminho do Rio. Gosto de dirigir e gosto da estrada. Tempo de sobra para refletir, criar e a excelente companhia do Google, border collie da milha filha Fernanda, que garante agito e bom humor o tempo todo.

O balão queimou o teto e o piso com madeira siberiana, simplesmente o melhor do mundo queimou junto. A conservação do piso exigia que o ar condicionado ficasse ligado durante todo o dia. Agora parte disso é cinza…

No mesmo final de semana tem a despedida de Usain Bolt das pistas. Em Londres, onde conquistou três de seus ouros olímpicos, o homem mais rápido de todos os tempos disputa a final de 100 metros rasos. A prova que empolgou o Estádio Olímpico Nilton Santos em 2016. Impossível não sentir certa nostalgia…

O Parque Olímpico de Jacarepaguá foi durante o período dos Jogos um dos pontos centrais do mundo. O Rio foi muito além da condição de cidade maravilhosa para um novo patamar. Subiu, subiu…

Triste que um ano depois o destino das instalações ainda é incerto, assim como é, infelizmente, o destino do Rio. Carros de combate e tropas em profusão para garantir o direito de ir e vir. Um modelo que não é novo já que foi utilizado pela primeira vez na Rio 92 para quem não se lembra. Fosse hoje dava até para chamar o programa de “um tanque em cada esquina”.

Assim como o balão que infla, belo fica e sobe aos céus, o Brasil subiu naqueles dias. Da mesma forma que o balão do velódromo, desceu, incendiou e deu um enorme prejuízo. É previsível imaginar quem vai pagar a conta.

O Brasil e seu esporte se mostraram grandes, enormes, magníficos no maior evento que o país já recebeu. Resta saber se quer ser grande ou viver de momentos fugazes e incendiários como o brilho de um balão…

Redação Esporte

Um dos maiores especialistas em esportes olímpicos, narrador e comentarista esportivo.

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Álvaro José

De Moscou em 1980 à Londres em 2012. Álvaro José, que já cobriu nove olimpíadas, volta à Band para integrar a equipe da emissora no Rio 2016. Professor de história, Álvaro é reconhecido por seu profundo conhecimento dos jogos e pela memória certeira que aparece durante as transmissões em forma de dados, nomes e marcas de recordes.

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