Alvaro José

Tênis e o encontro do futuro

Todo esporte trabalha a renovação de seus talentos. Isso é o que garante a perenidade do esporte. Novos ídolos que trazem novos torcedores, fãs e consumidores de todo o universo que a modalidade apresenta. Isso é uma das pernas do sucesso

Como Saci não ganha corrida, a outra perna precisa ser trabalhada. Caso contrário, não há atrativos para as novas gerações de aficionados, que garantem a vida do esporte trazendo televisão, web, redes sociais e, principalmente, consumo e recursos para ser um produto rentável e atraente.

O ATP Next Gen é o que se pode chamar do encontro do futuro do tênis com o tênis do futuro, sem dúvida. Os oito melhores tenistas do mundo até 21 anos estão disputando em Milão um torneio com mudanças significativas nas regras para que o esporte seja ainda mais atraente para as transmissões.

Tudo é novo e em teste, mas a grana é alta. Um total de US$ 1,35 milhão em prêmios, com US$ 30 mil por vitória, é um incentivo e tanto para a molecada.

A disputa é entre melhor de cinco sets, com com as parciais indo até quatro games, o chamado set curto com decisão em tie-break a três pontos. O aquecimento em quadra foi reduzido para cinco minutos, diminuindo a rotina pré-jogo e, consequentemente, o tempo sem partida nas transmissões.

Uma das mais interessantes mudanças é o desafio constante- basta o jogador solicitar – e a ausência da figura do juiz de linha. Os jogadores também podem receber instruções dos técnicos entre os sets.

A extinção do “let” no serviço. Caso a bola toque a rede e caia na área de saque está valendo como no vôlei. Um cronômetro marca o tempo entre os games para fazer valer a regras dos 25 segundos entre os pontos. As quadras também não têm a marcação das linhas para duplas.

Para o público, a autorização para movimentação livre nas laterais da quadra ficando apenas as áreas de fundo com a circulação restrita à troca de lado entre os jogadores e demais pausas na partida.

O presidente da ATP, o americano Chris Kermode, disse que as mudanças não são imediatas e que tudo é um teste. O objetivo, caso os resultados sejam positivos, é implantar as mudanças num período de três a cinco anos.

Mudar regras para se atualizar é fundamental. O futebol, que se recusava a olhar para a modernização e achava que os eventuais erros do juiz eram parte do clima e do glamour do esporte, se atualizou. O vôlei percebeu há muito tempo que as emoções dos jogos de quatro horas de duração entravam em choque frontal com a viabilidade das transmissões. Então mudar era preciso. Agora isso também chega ao tênis, que inovou no esporte com o desafio.

Desafio também para que narra e comenta. Todos estamos a cada dia aprendendo novas coisas. Viva o futuro!

Redação Esporte

Um dos maiores especialistas em esportes olímpicos, narrador e comentarista esportivo.

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Álvaro José

De Moscou em 1980 à Londres em 2012. Álvaro José, que já cobriu nove olimpíadas, volta à Band para integrar a equipe da emissora no Rio 2016. Professor de história, Álvaro é reconhecido por seu profundo conhecimento dos jogos e pela memória certeira que aparece durante as transmissões em forma de dados, nomes e marcas de recordes.

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