A base e o futuro do esporte estão na escola. Não importa o país, a forma de governo ou sua localização. A frase é universal. Ou era.
Numa canetada, embutida numa medida provisória, o Ministério da Educação tira a Educação Física da grade obrigatória do ensino médio. Apenas na primeira fase do ciclo, chamada de básica, o corpo e o esporte têm lugar.
Dias depois do Dia do Profissional de Educação Física e menos de uma semana após o encerramento dos Jogos Paralímpicos, vem essa “vitória” da educação. Curioso é que a carga horária escolar sobe e a educação física some.
O mundo está engordando, e a obesidade na infância e adolescência é uma das grandes preocupações da OMS Organização Mundial da Saúde, mas isso não parece ser uma questão relevante por aqui.
Os professores de educação física sempre estão entre os mais queridos dos alunos, descobrem talentos e os encaminham para um futuro no esporte. Isso agora vai parar.
O esporte ajuda a formar o caráter e melhores cidadãos. A escola é para a grande maioria a porta de entrada para o esporte, afasta os jovens das drogas, um dos maiores problemas do planeta hoje. O grande escritor francês e Prêmio Nobel de Literatura Albert Camus, que foi atleta em sua juventude, dizia que “o que eu sei sobre a moral e as obrigações de um homem devo ao tempo em que joguei futebol”. O goleiro parou por conta de uma tuberculose e também dizia que o esporte permitia analisar todo o cenário de jogo.
Acabamos de tomar outro 7×1.
Como o Brasil poderá virar uma potência olímpica se retira o esporte da base escolar? De que valem todos os discursos de incentivo ao esporte se a base de onde vem a massa crítica para o alto nível deixa de existir?
E todos aqueles que viram e se encantaram com a Olimpíada do Rio não têm o esporte na escola.
Lembro-me do brilhante e saudoso Luiz Noriega com a frase que fez história na TV brasileira: “Esporte é Cultura”. Servia para o canal, servia para a vida. Só que não mais. Pena…
muito bom o artigo