Nunca houve nenhum como ele – e dificilmente haverá. Saltava para cabecear mais alto que o goleiro que podia esticar os braços e pegar a bola com as mãos. Alguns dizem que é lenda. Será mesmo ou a foto aí tem photoshop?
Pelé, o Rei do Futebol, faz aniversário nesta segunda-feira, dia 23. O futebol faz aniversário, já que graças a ele o esporte atingiu um patamar inimaginável e que não tem limite. A transferência de Neymar para o PSG prova isso.
Muito antes do esporte ter marketing, Pelé colocou o Santos como uma marca mundial. Recusou-se a fazer anúncios de cigarro e bebidas, pois achava que isso era um mau exemplo para os jovens. Muito antes do atleta ser um vetor mercadológico, foi ele um mensageiro de paz e, com o Santos, parou uma guerra para que assistissem ao Rei jogar. Quem pode isso?
Perfeito? Longe disso. Humano. Pelé é a proximidade brasileira com a mitologia. Parte divindade (no futebol), parte terrena, com todas as prerrogativas disso, acertou e errou, mas como mito, na acepção grega da palavra, fez sua epopeia numa trajetória espetacular. Se hoje momentaneamente se locomove com dificuldade, ainda voa nos sonhos de todos que gostam de futebol. Daqueles que contam seus feitos que despertam curiosidade, pesquisas e descobertas dos mais jovens com o inevitável “como pode? Como ele fazia isso?”
Maldição dos goleiros, Pelé gostava de treinar ali e conhecer os macetes da posição. Como se precisasse disso. Mas como aprender não ocupa espaço, como dizia meu pai, que ao lado de Benedito Ruy Barbosa esteve muito próximo de Pelé durante seu surgimento e foi o jornalista que mais viajou com o grande Santos. Pelé, numa tarde de Pacaembu em 63, após marcar três gols contra o Grêmio, foi para o gol já que Gilmar fora expulso. E o que fez ali? Teve uma atuação de Pelé defendendo bolas difíceis e garantindo o Santos.
Como os deuses da mitologia grega, a parte divina do Rei é inquestionável. A humana deve ser celebrada, mas com ressalvas. Hoje, mais que o aniversário de Pelé, é uma data gloriosa para o futebol. Grandes feitos de Pelé foram vistos por muitos em todo o planeta, mas só os privilegiados que estiveram na rua Javari naquela noite viram seu gol mais bonito. Pelé arrastava multidões aos estádios não para torcer pela equipe do Santos, esse foi um efeito colateral, mas para ver futebol e apreciar sua arte. Isso era o Rei em campo.
Depois de uma maravilhosa Copa em 70 no México, quando arrebentou jogando muito, os olhos da antiga cartolagem estavam voltados para Tostão, Jairzinho e Paulo Cesar Caju, que também haviam conquistado o mundo. A preocupação era fazer a despedida de Pelé, o que aconteceu em 72 com jogos no Morumbi e no Maracanã, então o maior do mundo. Pelé seguiu no seu Santos, de graça e jogando muito. Em 74, ano da Copa na Alemanha, estava voando. A solução encontrada foi escrever uma carta onde se pedia ao patrício Pelé que reconsiderasse sua retirada da seleção. Ali foi aplicado o ditado que toda criança conhece: “palavra de Rei não volta atrás”. Assim foi feito.
Pelé parou no Santos, voltou no Cosmos, nome adequado para um time que tinha o talento do Rei em campo, e jogou em sua última partida oficial meio tempo por cada time. Parou muito bem jogando bem, por cima e com a bola e o mundo a reverenciá-lo.
Ali Pelé parou no campo, mas não nos sonhos, na vida e na história. Ele segue sendo o maior e melhor que o mundo já viu.
Viva o Rei, longa vida ao Rei!
Boa noite Álvaro,
saudações,
por favor em que jogo ocorreu o lance da foto?
Grato,
José Carlos