Vamos falar de atletismo. Uma prova de 4×100 metros rasos que levou exatos oito anos para ser terminada. E o melhor de tudo: com medalha olímpica para o Brasil.
Pequim 2008. Final dos 4×100 metros rasos feminino no Estádio Ninho do Pássaro. O Brasil foi bem nas eliminatórias e tinha chance de pódio, mas pouco mais de 42 segundos depois a medalha não veio. As meninas brasileiras fizeram uma linda prova, mas ficaram em quarto lugar.
Oito anos depois, Rosemar Coelho Neto, Lucimar de Moura, Thaissa Presti e Rosângela Santos vão receber a medalha de bronze. O tempo obtido em Pequim de 43 segundos 14 centésimos valeu o pódio oito anos depois.
Na luta por um esporte limpo, a IAAF (Federação Internacional de Atletismo) periodicamente refaz testes antidoping e, um deles, deu positivo no quarteto russo que havia sido medalha de ouro nos Jogos de 2008. A Rússia não anda nas graças do esporte. Seu atletismo foi banido da Rio 2016, e na Paralimpíada a punição foi ainda maior: toda a delegação russa foi suspensa da competição. Uma vergonha.
Yulia Chemoshanskaya foi apanhada e o ouro das russas, cassado. A cada ano, testes mais sofisticados são realizados, então o que parece para aqueles que não jogam limpo, um crime perfeito ficou no passado. A IAAF está jogando duro contra os que usam doping como forma de melhorar performance.
Se na questão do pódio foi feita justiça às brasileiras, o que dizer das oportunidades que elas perderam em razão de não voltarem de Pequim com as medalhas que lhes eram devidas?
Prêmios, patrocínios e outras portas que seriam abertas, não foram. Assim como o pódio no Ninho do Pássaro lotado e a bandeira brasileira tremulando junto às da Bélgica e da Nigéria, que ficaram com as duas primeiras posições. Mas elas estiveram no pódio e as brasileiras não.
Uma forma de reparar isso é atribuir às nossas velocistas os mesmos prêmios que outros medalhistas ganharam pelo bronze em Pequim. Seria um justo reconhecimento a Rosemar, Lucimar, Thaissa e Rosângela. Tomara.
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