Foi um final de semana repleto de atitudes no esporte que marcaram até mais que os resultados. Comportamentos que merecem mais que reflexão e aprendizado. São necessárias mudanças para que haja evolução.
Muitas vezes, em atividade, o atleta não tem tempo ou não pensa mesmo. Reage por instinto e solta o que lhe dá na telha. Isso pode render ótimas histórias, matérias e também muitas risadas. Afinal, quem não sabe da história do Garrincha dizendo no gramado do Estádio Rasunda, palco da final da Copa de 1958, que tinha sido um campeonato mixuruca porque não tinha segundo turno e cumprimentou o Rei da Suécia, país anfitrião do evento chamando-o de “seu King”?
O cuidado quando uma delegação representa um país, seja na modalidade que for exige certas atitudes para que gestos infelizes, intempestivos ou mesmo idiotas não se convertam em problemas. Para os envolvidos e para o Brasil.
O Japão viu dois lados do Brasil neste final de semana. Num deles o tênis perdeu na quadra, na diplomacia, na educação, na responsabilidade. A começar do dirigente maior ao postar um vídeo da delegação comemorando um aniversário e ofendendo um adversário. Se o gesto do chefe ao divulgar a bobagem como esperar que os atletas soubessem que puxar os olhos é uma ofensa racial por lá. Será que no aniversário disseram em voz alta “tin-tin” também?
Conhecer um pouco da cultura e dos costumes de onde se vai é fundamental para não criar problemas. Em muitos lugares beijos e abraços são mal vistos, assim como apertos de mão mole ou no estilo quebra ossos. Ajuda muito a evitar embaraços.
Depois do tsunami no tênis, a poucos quilômetros dali, o vôlei conquistou sob o comando de Renan seu primeiro título internacional. Não poderia ser em lugar melhor. No Japão, o técnico brasileiro foi um dos maiores ídolos do esporte. Quando a seleção jogava por lá milhares de jovens iam assistir a um dos mais completos jogadores que o vôlei já produziu. Renan fazia tudo em quadra e bem. Atacava pelas pontas, bloqueava, defendia e até levantava bem. Era o que se chamava na época de jogador universal.
E o que é o atleta senão um ser universal? Seu esforço, desempenho e atitudes são reconhecidos em quaisquer línguas. Esporte é um caminho para formar gente e as atitudes dos atletas são multiplicadas por milhões de crianças e jovens no mundo todo, portanto mais importante que um trend topic negativo é dar exemplo e fazer seu melhor, senão fica o velho ditado: muito ajuda quem não atrapalha…
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