Pela segunda vez a capital do Japão irá sediar uma Olimpíada. A primeira vez que o país foi escolhido para sediar os Jogos foi em 1940, edição que não aconteceu por conta da Segunda Guerra Mundial. Em 64, Tóquio recebeu o mundo para mostrar que estava voltado para o futuro.
Nove dias antes da abertura da Olimpíada, a primeira linha do trem bala nipônico foi inaugurada. Também como legado dos primeiros Jogos realizados na Ásia temos as câmeras que registram as chegadas, a pista sintética para o atletismo, a marcação dos tempos em centésimos de segundo e também a primeira transmissão via satélite. Isso tudo em 1964. Vôlei e judô, modalidades responsáveis por muitas conquistas brasileiras, também fizeram sua estreia em Tóquio.
Não resta dúvida alguma que, assim como no encerramento da Rio 2016, quando Shinzo Abe apareceu de um túnel cavado dede o Japão feito pelo Super Mario, numa grande sacada criativa, que os japoneses irão surpreender. E quem pode surpreender também é o Brasil, principalmente nas novas modalidades olímpicas.
No surfe, com a Brazilian Storm, comandada por Gabriel Medina e Adriano de Souza, o Mineirinho, campeões mundiais em 2014 e 2015, respectivamente, que seguem brilhando nas ondas mundo afora. Também o skate, onde apenas o Brasil e os EUA estarão presentes com delegações completas na modalidade. Isso mostra o peso do novo esporte olímpico aqui no Brasil. Serão 80 atletas no total de competidores, sendo 12 brasileiros e 12 americanos. Muita chance de medalha!
Olimpíada no Japão sem pensar em tradição é impossível, e os donos da casa mostram uma grande lição de planejamento e legado ao utilizarem instalações que serviram aos Jogos de 64, no que eles denominaram de Zona de Patrimônio. Mais de meio século depois mostrando profundo respeito ao dinheiro do contribuinte.
As surpresas serão grandes em 2020, e o celular fará parte delas. Afinal, num mundo cada vez mais conectado, as transmissões terão novos paradigmas e, quem irá ganhar com isso, será o público.
E num momento em que o mundo está bastante tumultuado, lembro como último legado dos Jogos de 64 o acendimento da pira. Yoshinori Sakai, então com 19 anos, foi responsável pelo momento emocionante. Não era atleta e sim um jovem nascido no dia 6 de agosto de 1945, na cidade de Hiroshima. No dia em que a bomba atômica caiu. Ele estava ali para promover o que o esporte tem de mais importante a oferecer ao mundo: a paz entre os povos.
Ficou curioso? Clique aqui para ver o acendimento da pira em 1964 por Yoshinori Sakai, no filme oficial do COI.
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