Alvaro José

Pedaladas e cartilhas

A pouco mais de 60 dias da abertura dos Jogos Olímpicos, as chuvas de Paris abrem uma janela para poder mergulhar rapidamente aqui na coluna. Afinal, com transmissões diárias, além do programa da noite, mais as rádios, tempo virou moeda rara por aqui. Nisso o intervalo climático forçado de Roland Garros veio a calhar.

A última das instalações olímpicas ainda não terminou. O velódromo, que está mais para tartarugódromo, continua com suas idas e vindas. Única modalidade que ainda não realizou (nem vai) evento teste, o ciclismo vive nesta edição dos jogos um contraponto com Londres, quando foi uma das modalidades mais badaladas, contando, inclusive, com a presença de celebridades, como o príncipe William e a duquesa Kate, além de Paul McCartney.

Por aqui, a construtora responsável pela obra questiona o rompimento do contrato reclamando dos atrasos em repasses da prefeitura. A empresa que assumiu já trabalhava na obra como subcontratada. Fato é que a instalação deveria estar pronta em dezembro passado e está apenas com 88% de execução. Pouco para o prazo do início das competições e é o grande problema da organização.

Cartilha

Nosso basquete decididamente vive distante de seus melhores dias. A última agora é a cartilha para comportamento das atletas da seleção feminina. Tópicos como “não namorar”, “não levar companheiros para o quarto”, “não levar parentes e amigos de carona no ônibus da delegação” e “não postar fotos sensuais em redes sociais”.

Entre pedaladas e cartilhas, fica a impressão de que o Brasil é um noviço no esporte. Nunca fez ou conquistou nada, o que está anos luz da verdade. Fato é que as pedaladas devem existir sempre sobre equipamentos adequados, além de serem firmes e corretas para chegarem a um bom lugar.

Quanto à cartilha, por estes tópicos, ela mais parece um be-a-bá para atletas em início de carreira que vão disputar jogos escolares e não para atletas que irão disputar a competição mais importante do mundo em seu próprio país e que por vestirem a camisa do Brasil devem, obrigatoriamente, estar mais que cientes do papel que ocupam na história do esporte nacional.

Redação Esporte

Um dos maiores especialistas em esportes olímpicos, narrador e comentarista esportivo.

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Álvaro José

De Moscou em 1980 à Londres em 2012. Álvaro José, que já cobriu nove olimpíadas, volta à Band para integrar a equipe da emissora no Rio 2016. Professor de história, Álvaro é reconhecido por seu profundo conhecimento dos jogos e pela memória certeira que aparece durante as transmissões em forma de dados, nomes e marcas de recordes.

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