Todo dia é dia!

Um dia é nada. Uma vida pouco. Participação igualitária profissionalmente em todos os campos? Nada mais justo e se fala disso há tempos, mas pouca ação na área.

Elas sempre ficam com a parte mais difícil e ainda assim conquistam grandes feitos, não desistem nunca e enchem nossos olhos dando vida e movimento à poesia. Natureza em estado de graça (nos dando a vida).

No esporte, a perfeição chegou com a mulher. Nadia Comaneci conquistou o primeiro dez da então ginástica olímpica. A perfeição. Tão distante era imaginar isso que os placares da época chegavam apenas ao 9,99. Claro, ninguém poderia ser perfeito, mas a mulher era. Quando surgiu a nota 1,00 em Montreal ninguém entendeu no primeiro instante, mas ali era o defeito do placar contra a perfeição da atleta. Depois de Nadia outras notas dez vieram para as mulheres.

Como não se lembrar do foco da Rainha Hortência e seu suspiro antes de um arremesso de lance livre mortal que ajudou o Brasil a conquistas fantásticas e a colocá-la no Hall da Fama do Basquete. A condução de bola de Paula e seus passes mágicos. Os sorrisos de Marta e Cristiane no futebol após marcarem seus gols maravilhosos. A categoria em quadra de Maria Esther Bueno reverenciada nas quadras de tênis de todo mundo. O esporte e a mulher tem um casamento perfeito.

Para isso acontecer foi uma luta demorada e sofrida. A ponto das competições serem disputadas por homens nus para que as mulheres não pudessem participar. Estivesse ainda por aqui, o saudoso Mestre Armando Nogueira diria que o medo masculino já vinha daqueles tempos longínquos de que a mulher era o ser superior. Elas chegaram lá e provaram isso.

O Luciano do Valle sempre abriu e buscou dar espaço às mulheres em todos os seus projetos. Não só na apresentação de programas, mas em reportagens, narrando e comentando também. Hoje é bacana ver que algumas emissoras têm projetos para narradoras. Nada mais justo.

Minha iniciação no esporte se deu acompanhando minha mãe que jogava basquete e eu, bem pequeno, escapava de meu pai e ficava correndo ao lado da quadra para acompanhá-la. Não foram poucas as vezes que por minha conta jogos oficiais foram paralisados para que eu fosse acomodado novamente no colo de meu pai.

Agradeço todos os dias por minha mãe, pela vida e pelas mulheres em minha vida. Neca que trouxe ao mundo Fernanda e Alexandre meus filhos queridos que me enchem de orgulho e a Fernanda que cada dia se reinventa e mostra talento em tudo o que toca. Gostaria de dizer que é hereditário, mas não é verdade. Esse talento todo é coisa de mulher…