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Bebeto, adeus

É impossível definir a importância de Paulo Roberto de Freitas para o esporte brasileiro. Como atleta, técnico, gestor e dirigente ele conseguiu, sempre, manter um padrão de excelência que não lembro haver visto em alguém além dele. Carreira vitoriosa no Brasil e no mundo, Bebeto foi um cara excepcional.

Na quadra como jogador, o sobrinho de João Saldanha tinha uma liderança nata aliada a uma categoria que o colocou como o primeiro grande levantador brasileiro respeitado mundialmente pela versatilidade. Em 76 nos Jogos Olímpicos de Montreal ele e Bernard fizeram a festa. Era bem difícil chegar um bloqueio duplo ali. Bebeto como técnico foi o responsável por levar o Brasil à prata em Los Angeles 84 e também foi um dos responsáveis pelo boom do vôlei no país.

Foi ele quem convenceu Antonio Carlos de Almeida Braga a fazer um time de vôlei. A Atlântica Boavista foi a precursora junto com a Pirelli e ambas têm um lugar único na história do vôlei do país. Ali mesmo na Atlântica além de técnico começou a administrar não só o vôlei, mas o basquete e todos os demais esportes patrocinados por Braguinha. Depois virou Bradesco Atlântica.

Depois do Brasil foi técnico da seleção da Itália e com ela conquistou a Liga Mundial de 97 e o Mundial de 98. Treinou também equipes brasileiras e italianas e, mesmo quando técnico era um ferrenho crítico do calendário do vôlei brasileiro, onde a seleção ficava com os atletas a maior parte do ano e os devolvia em frangalhos para os clubes que tinham que disputar uma temporada muito apertada.

Era famosa sua frase a cada reunião dos clubes na CBV com a frase “cadê o calendário?” Ótimo papo, sempre era uma conversa enriquecedora. Divertido nos almoços, mais de uma vez estivemos juntos em churrascarias e quando lhe era apresentada a mesa de saladas ele disparava direto: “meu amigo vim aqui para comer carne!” Então não embroma, traz um prato e começa a servir.

Bebeto deixa além de muita saudade um enorme legado. Para ficar apenas na quadra em 1976 seu reserva era William, que também foi um dos melhores do mundo, o de William foi Mauricio , depois Ricardinho e assim segue. Alguém consegue ver um trabalho melhor? Sério e honesto, sempre brigou pelo que achava correto o que foi uma de suas marcas. No mundo de hoje como isso faz falta…

Redação Esporte

Um dos maiores especialistas em esportes olímpicos, narrador e comentarista esportivo.

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