Sete recordes mundiais batidos em uma só prova. Se não foi a prova mais acirrada da história dos Jogos Olímpicos, com toda certeza está entre elas.
O pódio era um lugar comum na vida de Adhemar Ferreira da Silva. Ali era o seu lugar, sua casa, e em 23 de julho de 1952 na cidade de Helsinki, capital da Finlândia, o brasileiro deslumbrou o mundo, e levou a medalha de ouro.
O favorito era Leonid Sherbakov, da então União Soviética, que participava pela primeira vez de uma Olimpíada. O chefe da delegação era ninguém menos que Lavrentyi Beria, chefe da NKVD, o temido serviço secreto soviético. Numa época em que o mundo estava dividido, o ouro no salto triplo era considerado como favas contadas pelos soviéticos.
Adhemar não pensava assim, e uma prova que iniciou com o recorde mundial em 16,01 metros e terminou com 16,22 no ouro do brasileiro, que tinha um ótimo relacionamento com Sherbakov e com todos competidores. Atletas sempre superaram barreiras e diferenças para desespero daqueles que adoram separar pessoas. Ao voltar para onde estava hospedado encontrou um bolo com a inscrição 16,22.
Passados 65 anos do grande feito de Adhemar Ferreira da Silva, que na conquista de seu segundo ouro olímpico quatro anos depois em Melbourne foi chamado de “canguru brasileiro”, o país busca um novo triplista que possa devolver a glória e a tradição do Brasil nessa prova iniciada com Adhemar e que depois teve Nelson Prudêncio e João Carlos de Oliveira como medalhistas olímpicos, e Jadel Gregório que chegou a ser primeiro no ranking mundial.
Que a estrela Adhemar sempre ilumine e inspire o atletismo brasileiro…
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