Categorias: Atletismo

Grandes momentos de 2016: Thiago e vôo de ouro

Vencer sempre é mágico. Mas para que isso possa acontecer o atleta passa por um período longo de grande pressão e muito trabalho para poder brilhar na competição.

Ganhar em casa tem um valor ainda maior. Sim, pois a emoção é multiplicada pela torcida e toda a recompensa pelo trabalho vem numa carga muito maior.

Vencer um campeão olímpico e recordista mundial deixa a coisa simplesmente perfeita.

Perfeição. Essa é a melhor definição para o feito de Thiago Braz nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016. A junção de tantos fatores: torcida, pressão, estratégia e superação fizeram com que o Brasil não passasse batido no atletismo, modalidade mais antiga dos Jogos Olímpicos.

Venceu e bateu o recorde olímpico. Sua marca de 6 metros e 3 centímetros foi conquistada de maneira ousada num jogo de xadrez mental que Renaud Lavillenie, recordista mundial, não conseguiu acompanhar. Não conseguiu manter o foco e sentiu muito a pressão da torcida, que obviamente era toda do brasileiro.

O feito de Thiago fez o Engenhão inteiro cantar o hino nacional, e Lavillenie, que já havia sido vaiado na prova, foi novamente após dar uma série de declarações infelizes no melhor estilo péssimo perdedor. Thiago foi grande novamente e pediu à torcida, sua torcida, que aplaudisse o francês.

Thiago ganhou uma medalha de ouro numa prova de imenso vigor físico, mas também poderia ter sido num jogo de xadrez. Ao estar em segundo na competição adotou uma arriscada estratégia para virar o jogo. Inteligente, mandou subir a altura do sarrafo para anular a vantagem do francês. Ao assumir a liderança da prova obrigou Lavillenie a tentar o mesmo estratagema para poder lutar pelo ouro, mas o campeão olímpico de 2012 e recordista mundial não conseguiu.

O salto de ouro de Thiago com seus 6,03 metros é das coisas que mais serão faladas na história do salto em altura. Apesar da Olimpíada do Rio ter sido a 31ª. edição, antes dele, apenas dois atletas venceram a prova em casa. Foram os americanos Charles Dvorak, em 1904, em St. Louis, e Bill Miller, em Los Angeles, 1932. Ganhar em casa tem mais valor como já disse, mas muito mais pressão também.

Aquela noite mágica de agosto foi simplesmente espetacular e no vôo de Thiago colocou uma estrela dourada no céu…

Redação Esporte

Um dos maiores especialistas em esportes olímpicos, narrador e comentarista esportivo.

Compartilhar
Publicado por
Redação Esporte

Posts Recentes

Alô, Tóquio 2020! Dois anos passam logo

Dois anos, ou 730 dias. É isso que falta para o início dos Jogos Olímpicos…

6 anos atrás

NBB, transmissões e marketing esportivo

Nunca caminharam separados, ainda que antigamente as regras impedissem que as marcas, produtos e serviços…

7 anos atrás

Goleiros

Jogar ali é tão difícil que a grama morre e não nasce mais. Heróis e…

7 anos atrás

Handebol brasileiro ficará sem principal patrocinador

Depois do vôlei de Osasco, que perdeu o patrocínio da Nestlé, agora é o handebol…

7 anos atrás

Mais um grande patrocinador sai do esporte Olímpico: Nestlé deixa o vôlei feminino de Osasco

As semifinais da superliga mal acabaram e com elas a vem a notícia de mais…

7 anos atrás

Bebeto, adeus

É impossível definir a importância de Paulo Roberto de Freitas para o esporte brasileiro. Como…

7 anos atrás
Advertisement