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Nadando com raquete

Ao receber a escala do Bandsports para o tênis da Copa Davis, entre Brasil e Equador neste final de semana, a conexão é imediata. Tênis, ATP e a natação brasileira. Tudo a ver.

O amigo leitor vai estranhar, mas a lógica é total.

Com o manifesto assinado pelos medalhistas olímpicos da natação brasileira, a lembrança dos tenistas criando a ATP, em 1973, e tomando conta de seu esporte contra as regras e privilégios dos antigos dirigentes do esporte, é o que vem claro em minha mente.

Hamilton Jordan, presidente da ATP em 1988, anuncia que os jogadores assumiriam a partir de então maior controle sobre o esporte – Foto: ATP

Depois de serem tratados como apenas uma parte do esporte e não a essência do espetáculo, os tenistas se uniram para tomar as decisões de seu esporte.

No princípio não foi nada fácil, já que o Conselho que decidia envolvia, além da ATP e da Federação Internacional, os organizadores dos maiores torneios que, via de regra, sempre ficavam ao lado da Federação. (Somente 1988 os tenistas ampliaram seus poderes e assumiram maior controle sobre o esporte) Então os atletas não ganhavam as votações. Qualquer semelhança com os colégios eleitorais criados por aqui é mera coincidência.

Demorou, mas os tenistas venceram.

O crescimento do esporte, dos eventos, premiações e também da mulher no esporte foi gigantesco. Claro que sempre há o que melhorar, mas a gestão por quem faz sempre é melhor do que aquela feita por quem é louco por um pedestal. Mesmo que não tenha ganhado nada.

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Hoje os nadadores brasileiros tem a atenção de todos. Da imprensa, de patrocinadores e do público que é quem cria os ídolos e os coloca numa escala onde os dirigentes jamais irão atingir. Mesmo para aqueles que foram grandes atletas.

A continuidade da participação de alguém que foi atleta no esporte como dirigente só pode ser entendida e direcionada para servir ao esporte e não dele se servir.

Legado

Nem um ano depois da realização dos Jogos Olímpicos no Rio, a natação pode trazer um enorme legado ao Brasil e ao esporte. Pode, com seus medalhistas olímpicos e todos seus atletas, iniciar uma grande mudança que venha gerar uma quebra de paradigma. Trabalho muito difícil e que, ao contrário de muito treino e dedicação, pode não garantir resultados já que as nuances fora das competições podem ser traiçoeiras.

Vale a luta. Vale nadar contra o que está aí.

Redação Esporte

Um dos maiores especialistas em esportes olímpicos, narrador e comentarista esportivo.

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