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Nocaute nas regras?

A recente decisão da AIBA (Associação Internacional de Boxe Amador) em permitir que profissionais possam competir nos Jogos Olímpicos do Rio que começam daqui a dois meses e uns dias é, para dizer pouco, bastante polêmica.

Numa votação onde 88 delegados votaram a favor e quatro se abstiveram de fazê-lo, foi aprovada a participação dos lutadores profissionais no Rio. Se o calendário já é apertado e vários eventos classificatórios foram realizados para a definição dos “boxeurs”, como diziam os antigos, a última possibilidade de colocá-los no Rio será o último pré-olímpico que será realizado na Venezuela em julho. Será?

As diferenças entre as modalidades que em comum têm apenas o nome são gigantescas. No boxe olímpico, as lutas têm três rounds, o que determina ação desde o início do combate, no melhor estilo Mike Tyson em seus bons tempos. Partir para cima logo de cara. No profissional, as lutas são longas e nos três primeiros assaltos, normalmente, os pugilistas estão estudando o adversário e, pela própria preparação dos atletas, ainda estão aquecendo. Especialistas dizem que a adaptação não será nada fácil.

Fosse apenas isso, poderiam haver argumentos daqui e dali sobre outras modalidades que já contam com profissionais atuando na busca das medalhas para seus países. É, mas a coisa decididamente não é tão simples. Pela primeira vez desde os Jogos de Los Angeles em 1984, os atletas irão competir sem utilizar o capacete protetor, o que potencializa o impacto dos golpes na cabeça. Numa luta de peso pesado, isso pode gerar um problema terrível, afinal um direto de alguém como o ucraniano Wladimir Klitschko (abaixo), mesmo para um lutador com experiência, pode ser devastador.

Klitschko manifestou seu interesse em vir ao Rio, já que foi campeão olímpico em Atlanta 1996, mas tem compromisso válido pela disputa dos cinturões da WBA (Associação Mundial de Boxe) e WBO (Organização Mundial de Boxe), com o inglês Tyson Fury.

Outra das entidades do boxe mundial, o WBC (Conselho Mundial de Boxe) rapidamente se posicionou informando que irá punir os atletas que participarem dos Jogos do Rio, pois na opinião da entidade poderá haver alguma tragédia. Uma suspensão de dois anos é a pena para os atletas ranqueados no Conselho que participarem do último pré-olímpico e do Rio 2016.

Segundo os dirigentes da AIBA, a ideia da participação dos profissionais é para alinhar a modalidade com a agenda 2020 do COI, já que para os Jogos do Rio o ciclo de classificação já está muito avançado. Que beleza!

Para os países que já classificaram seus lutadores amadores para os Jogos nos eventos anteriores, vai ficar uma sensação no mínimo estranha caso cruzem com algum profissional nos ringues do Riocentro…

Redação Esporte

Um dos maiores especialistas em esportes olímpicos, narrador e comentarista esportivo.

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  • Olá, Alvaro! Tudo bem? Gostaria de entrar em contato com contigo. É para um trabalho acadêmico.
    Muito obrigado!

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Tags: boxerio 2016

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