Olimpíada. Duas de uma só vez

Paris e Los Angeles. As duas cidades passam a ser, oficialmente, sedes das edições dos Jogos Olímpicos de 2024 e 2028, respectivamente. O COI divulgou nesta terça-feira sua decisão.

Em março publiquei aqui neste espaço que, com a desistência da candidatura de Budapeste, que sediou o recém-encerrado Campeonato Mundial de Natação, o favoritismo caía para Paris, e que, se fossem os tempos de Obama, os americanos é que seriam favoritos.

Apesar do COI negar, existe um rodízio de continentes para sediar os Jogos, mas a solução encontrada com Paris e Los Angeles se apresentou como a solução dos problemas de receber a olimpíada, já que a escalada dos custos subiu vertiginosamente nos últimos tempos. Em muitos casos, construções faraônicas foram praticamente abandonadas após a realização do evento gerando enormes prejuízos às cidades e países-sede.

Agora o Comitê Olímpico Internacional terá um bom tempo para definir uma nova e sólida política de candidaturas com custos adequados à realidade dos postulantes e não na visão de lucro. O sonho criado pelos Jogos de 84 em Los Angeles, onde a iniciativa privada tudo bancou, já não pode ser multiplicado com facilidade.

Paris e Los Angeles vão passar à condição de receber, por três vezes, as Olimpíadas. No caso da cidade francesa a questão é ainda mais emblemática, pois ela recebeu os Jogos pela última vez em 1924 e vai comemorar cem anos depois.

Tóquio, a próxima sede olímpica em 2020, utilizará instalações que serviram aos Jogos de 1964 numa mostra inteligente de que boas instalações não são elefantes brancos e nem são descartáveis.

Foi a primeira vez que o Comitê Olímpico Internacional realizou a escolha de duas sedes de uma só vez para os Jogos Olímpicos de Verão. Tem agora um período precioso para um excelente planejamento que pode levar o maior evento esportivo do planeta a um novo patamar.

Recordes continuarão a ser quebrados, ídolos surgirão, mitos também. Hinos e medalhas na maior manifestação esportiva e de congraçamentos dos povos, num momento em que o mundo passa por um xadrez de míssil para cá e bombardeio para lá. Que seja o esporte o único campo de batalha entre os homens e que sempre seja celebrada a vida entre vencedores e vencidos.

Redação Esporte

Um dos maiores especialistas em esportes olímpicos, narrador e comentarista esportivo.

Compartilhar
Publicado por
Redação Esporte

Posts Recentes

Alô, Tóquio 2020! Dois anos passam logo

Dois anos, ou 730 dias. É isso que falta para o início dos Jogos Olímpicos…

6 anos atrás

NBB, transmissões e marketing esportivo

Nunca caminharam separados, ainda que antigamente as regras impedissem que as marcas, produtos e serviços…

7 anos atrás

Goleiros

Jogar ali é tão difícil que a grama morre e não nasce mais. Heróis e…

7 anos atrás

Handebol brasileiro ficará sem principal patrocinador

Depois do vôlei de Osasco, que perdeu o patrocínio da Nestlé, agora é o handebol…

7 anos atrás

Mais um grande patrocinador sai do esporte Olímpico: Nestlé deixa o vôlei feminino de Osasco

As semifinais da superliga mal acabaram e com elas a vem a notícia de mais…

7 anos atrás

Bebeto, adeus

É impossível definir a importância de Paulo Roberto de Freitas para o esporte brasileiro. Como…

7 anos atrás
Advertisement