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Roteiro de Hollywood ou falência do esporte? Bye, Bye Rússia

Christinne Muschi/Reuters

Sempre digo que o esporte proporciona emoções e situações que são dignas de filme. Agora estamos diante de mais um caso e, desta vez, digno de uma aventura de James Bond nos tempos da Guerra Fria, mas quem descobriu o vilão desta vez foi a WADA.

Serviço Secreto em ação para violar garrafas até então invioláveis que guardavam amostras de atletas que competiram dopados pela mãe Rússia. Autoridades envolvidas das mais altas patentes e laboratórios de controle de dopagem russos que serviam além da aparência legal, apenas para viabilizar a opção que até parece soviética, de vencer os adversários a qualquer custo e de qualquer maneira. Uma verdadeira Agência Russa de Dopagem.

Se o ator Daniel Craig vai deixar de ser Bond, James Bond não sabemos, mas que tem argumento para um bom roteiro por aí tem. Apenas no tempo da então Alemanha Oriental ou Republica Não Democrática da Alemanha algo parecido aconteceu.

Kristin Otto, vencedora de nada menos que seis medalhas de ouro em Seul 88 na natação. disse que conseguiu seu fantástico feito à custa de muito treino e que não sabia de doping. Petra Schneider, medalhista de ouro em Moscou 80 e sua companheira no time de natação da RDA entre 78 e 83, admitiu saber que elas competiam dopadas.

Varrer a sujeira para baixo do tapete ou esconder o cadáver no armário apenas posterga o problema. Joaquim Cruz foi crucificado em Seul depois de falar que Flo-Jo ou Florence Griffith Joyner tinha se transformado fisicamente e aquilo não poderia ser obra apenas de treinamento. Naqueles Jogos só

Bem Johnson pagou o pato. Mas quando Flo-Jo morreu, poucos anos depois, ainda bem jovem, caixão lacrado e as questões de seu doping voltaram tão fortes quanto suas marcas.

Com o serviço secreto, ministérios e altas autoridades envolvidas com o doping na Rússia é absolutamente impossível dizer que não existe um interesse oficial do governo na questão da vitória a qualquer custo. E, pelo visto, o caminho do doping foi escolhido para isso. Claro que como num roteiro de filme isso foi desmentido pelo presidente Putin que disse que a posição da WADA é “uma interferência inadmissível no esporte”. Belas palavras interferência no esporte…

Num cenário desse pouco adianta atletas de expressão mundial e, provavelmente limpos, como Yelena Isinbayeva queiram participar dos Jogos Olímpicos do Rio. A imagem da Rússia está definitivamente suja em mais de 20 modalidades daí a WADA pedir ao COI a suspensão da Rússia de todas as competições. Até no futebol onde eles irão sediar a Copa de 2018 foram pegos. Triste figura. E agora como será? Rússia fora do Rio?

Redação Esporte

Um dos maiores especialistas em esportes olímpicos, narrador e comentarista esportivo.

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