O mundo é cheio de problemas e disso todos sabemos. Crises de todas as ordens e tamanhos em todos os campos, mas sempre que a política e a diplomacia falham ou não conseguem solucionar crises surge o esporte. Sempre ele.
Depois de testes de mísseis pra cá, manobras militares pra lá, e o tom de voz subindo contrariando o bom senso e medo de uma guerra nuclear na cabeça de uma grande parcela dos habitantes deste planeta chamado terra, eis que o telefone toca e pessoas começam a conversar após um longo e assustador silêncio. O assunto? Esporte. Os Jogos Olímpicos de Inverno, que começam dia 9 de fevereiro, em Pyeongchang, na Coreia do Sul.
Esse acontecimento é o maior passo desde o armistício assinado sem declaração de paz ainda no século passado, no longínquo ano de 1953. Imaginar que as Coreias competirão sob uma mesma bandeira é um passo tão grande quando o salto para a humanidade propalado por Neil Armstrong, o primeiro homem que pisou na lua em 1969 quando comandou a missão Apollo 11.
As equipes desfilarão juntas na abertura e o time de hóquei feminino será unificado. Em 1991, num torneio de tênis de mesa e um de futebol, a mesma situação aconteceu, mas num contexto político-diplomático completamente diferente do que vemos hoje. Essa aproximação se deve a ele, o esporte.
Poucos têm a visão real do que é o esporte. Muitos acham que é parte da educação, outros do marketing e ainda existem aqueles que pensam que ele é parte do entretenimento. Um excelente produto, vetor mercadológico, o circo dos dias de hoje. Só que ele é mais, muito mais…
Pelé com o Santos parou duas guerras. No mesmo ano em que Armstrong pisou na lua o time brasileiro fez com que houvesse a cessação de hostilidades durante aquela viagem. As guerras do Congo e de Biafra foram suspensas pelo esporte. Ali a política e diplomacia e o militarismo tomaram muito mais que um 7×1.
O tênis de mesa na China que uniu as equipes americana e chinesa numa disputa em 1971 foi outro grande lance do esporte que aproximou diplomaticamente duas das maiores potências do planeta, quebrando um gelo que aquecimento global algum poderia fazer. O esporte fez.
Desfilar com uma bandeira pró-unificação mostrando toda a península coreana unida é um enorme passo para nosso mundo durar, felizmente, um pouco mais ainda que existam alguns luminares que se julgam divindades e podem fazer o que quiserem. Sem medo de errar pela primeira vez na história a importância de uma edição dos Jogos Olímpicos de Inverno se coloca como muito mais importante para o mundo num ano de Copa. Como evento, obviamente a Copa é maior, mas no contexto político-esportivo-diplomático os Jogos de Pyeongchang estão mais importantes até que os Jogos Olímpicos de Verão do Rio e do Japão.
A história vai mostrar isso…
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