Agora vou falar de basquete. Não desse que não foi bem nos Jogos Olímpicos do Rio, saiu bem antes da disputa por medalhas e não foi sombra das nossas tradições no esporte.
Hoje temos ídolos que são destaques na NBA e nos principais torneios do mundo, mas já fomos muito mais longe. Nosso basquete masculino foi três vezes medalha de bronze nas Olimpíadas (48 Londres, 60 Roma e 64 Tóquio) e duas vezes campeão mundial (59 e 63). Perto disso os feitos do basquete hoje, à exceção da geração de Paula e Hortência, são muito tímidos, isso para pegar leve. No masculino, o jejum de conquistas de expressão é enorme.
O Brasil acaba de fazer uma grande cesta que vale muito mais que três pontos. Vale quatro títulos, mas não será feita pela entidade nacional que tem problemas pra mais de metro para administrar, e sim por um clube. O Corinthians, que sempre teve tradição nos esportes olímpicos, antes chamados de amadores.
Wlamir Marques, que conquistou os bronzes olímpicos de Roma e Tóquio e também os mundiais de 59 e 63, será homenageado no próximo dia 22 de outubro e o Ginásio do Corinthians passará a ter seu nome.
Wlamir tinha o apelido de “diabo loiro” e liderava tanto a equipe do clube como a seleção brasileira numa época em que o basquete, ou “bola ao cesto”, como era chamado, foi o segundo esporte do Brasil.
Sua camisa 5 era famosa, e quem teve a oportunidade de vê-lo jogar e hoje assiste aos jogos de basquete vê, naquele tempo, um jogador moderno, com uma enorme visão de jogo e um grande talento individual, sempre jogando em favor do coletivo. Jogaria hoje fácil. Na quadra, não era nem de perto o mais alto. Seus 1,85m eram basquete de altíssimo nível, sempre em movimento, e enchiam os olhos dos que estavam das arquibancadas sempre lotadas. Sua bandeja com as duas mãos era marca registrada e ajudaram a dar muitos títulos ao Corinthians e ao Brasil.
O melhor de tudo é que essa homenagem terá a presença de Wlamir. Isso vale outro prêmio, já que na grande maioria das vezes as coisas acontecem depois do ídolo partir. Wlamir hoje segue na ativa e é comentarista da ESPN.
Parabéns a Wlamir, ao Corinthians e à história do basquete.
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