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Jogos Olímpicos de Inverno: falta um ano para o esporte entrar numa fria

Se Tóquio ainda está longe, com 1265 dias nos separando até 2020, daqui a exatos 365 dias começam os Jogos Olímpicos de Inverno em Peyongchang, na Coreia do Sul.

Uma das grandes e melhores mudanças das Olimpíadas foi a alteração do ciclo que era idêntico para ambos os Jogos. Assim foi até 92, quando Barcelona sediou a Olimpíada de verão e Albertville recebeu os Jogos de Inverno. Para patrocinadores, televisões, consumidores e turistas era uma concorrência difícil e, literalmente, dentro de casa. Com isso, os Jogos de Inverno cresceram muito e seu interesse como produto também. Como hoje o esporte não caminha sem investimento, isso deu uma solução inteligente e um calendário muito mais robusto ao Comitê Olímpico Internacional (COI).

A primeira edição dos Jogos de Inverno em seu novo ciclo foi em 1994, em Lillehammer. Coincidentemente, foi minha primeira participação numa edição dos Jogos de Inverno. De lá para cá, apenas Turim 2006 ficou fora de meu ciclo de trabalho. Em 94, a grande disputa que tomava conta do noticiário era entre as patinadoras americanas Nancy Kerrigan e Tonia Harding, inclusive com um ataque planejado por Tonia para tirar Nancy dos Jogos, com desfecho policial. No final, Nancy foi prata e Tonia ficou em oitavo.

Para a Coréia do Sul, receber os Jogos de Inverno pode ser a oportunidade de uma revanche na patinação artística, já que em Sochi, sede da ultima edição da Olimpíada gelada, ela teve uma medalha de ouro literalmente tungada. Na patinação artística feminina, a russa Adelina Sotnikova ficou no lugar mais alto no pódio. Kim Yu-na, campeã em Vancouver 2010, que lutava pelo bi e já se retirou das competições, ficou com a prata numa decisão muito contestada. O curioso é que a russa pode ter sua medalha retirada por doping. Em Sochi, a russa tinha apenas 17 anos.

Kim Yu-na deve ter uma participação de destaque na abertura dos Jogos e, caso até lá mais esse imbróglio do doping russo seja resolvido, ela bem que poderia ser a primeira atleta a receber uma medalha após desclassificação durante uma edição de Jogos Olímpicos. Até hoje, os atletas que meritoriamente herdam medalhas de desclassificados por doping as recebem sem a justa gloria e pompa que seus feitos merecem. Isso poderia começar com a grande patinadora coreana.

Peyongchang não é o que se pode chamar de uma estação de inverno. Assim como Sochi, é uma cidade a beira-mar e terá locais espalhados de competição. Nas montanhas acontecerão as provas de salto de esqui, combinado nórdico, biatlo, esqui cross-country, luge, bobsled, skeleton e slalom gigante, além da cerimônia de abertura, já que o estádio olímpico está lá, bem como a vila para receber os atletas dessas modalidades. Na parte baixa, no litoral, irão acontecer as disputadas do hóquei, patinação artística, curling, patinação de velocidade e haverá uma segunda vila olímpica.

Daqui a exatamente um ano o esporte olímpico entra em seu grande momento, mesmo que seja numa fria…

Redação Esporte

Um dos maiores especialistas em esportes olímpicos, narrador e comentarista esportivo.

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